Associação dos Agentes de Segurança Pública

A História da ROTA,  importante Tropa do Comando Geral da Polícia Militar!

Policia Militar: A História do 1º Batalhão “Tobias de Aguiar”

Com a responsabilidade de manter sempre vivas as tradições heroicas daquele batalhão, o mais antigo da Milícia.

Deixou impresso em nossa pátria, sua participação na Campanha do Paraná, na Revolta dos Marinheiros, em Canudos, em Laguna, em Campo das Palmas, na Revolução Constitucionalista e muitas outras.

Essa unidade surgiu com a queda da ditadura de Getúlio Vargas, quando o país voltou ao regime democrático e foi extinta a Polícia Federal.

Para executar a tarefa, antes da Polícia do Exército, de controle de tumultos, a Força Pública organizou uma companhia especializada em ações para a garantir da ordem pública.

A CPA era composta por pelotões de choque, sob o comando de oficiais subalternos. Dentro do pelotão, cada homem possuía o grau de ensino e de cultura necessários para o desempenho de sua função específica.

Seu pessoal era selecionado física e psicológica e, periodicamente sub-metido a treinamento especializado de manejo de armas, agentes químicos e emprego de viaturas. Tudo para aperfeiçoar, o preparo técnico para agir nas mais diferentes missões.

O 1.º B.P. dispunha de viaturas blindadas para o transporte de tropa, “Tatus”, viaturas de 1964 (equipados com esguichos e colorantes) e “Brucutus”, viaturas de 1962 (autodefesa elétrica).

Possuia também caminhões especiais com rádio transmissor receptor, ligado às estações fixas da CPA e à rede da Força Pública.

O comando do 1.º Batalhão Policial “Tobias de Aguiar” é exercido pelo Tenente Coronel PM Altino Magno Fernandes, tendo no Subcomando o Major PM Salvador D’Áquino.

A Companhia de Policiamento Auxiliar estava sob a responsabilidade do Capitão PM Izer Brisola.

Combate ao Terrorismo e a Guerrilha!

Em 1970, o efetivo do 1.º Batalhão era de 633 homens distribuídos na Companhia de Comando e Serviços e três Companhias de Choque.

Em 9 de abril de 1970, como resultado da unificação da Força Pública de São Paulo e da Guarda Civil de São Paulo, a Corporação Policial Paulista passou a designar-se Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Nos conturbados anos finais da década de 1969 e início dos anos 1970, a guerrilha rural atuava intensivamente no Brasil.

O objetivo de toda organização terrorista era levar a guerrilha para a área rural e depois, já com o Exército de Libertação Popular formado e treinado, atacar e conquistar as cidades.

A Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) planejava criar focos guerrilheiros em determinadas áreas táticas. No dia 17 de abril de 1970, o Centro de Informações do Exército (CIE) transmitiu ao comando do 2.º Exército (São Paulo) a existência de uma área de treinamento na região do Vale do Ribeira.

Em 28 de abril de 1970, o 1.º Batalhão Policial Tobias de Aguiar, sob o comando do Tenente Coronel Salvador D’Aquino, deslocou-se para a Região de Registro, no Vale do Ribeira.

Incorporando-se ao comando da 2.ª Região Militar, a fim de sufocar uma guerrilha rural ali existente, comandada e coordenada pelos conhecidos terroristas Carlos Lamarca, Fujimori, Diógenes e Lucena.

Aproximadamente 1.500 (mil e quinhentos) homens, das Forças Armadas e Polícia Militar, trabalhavam sem descanso nas diferentes missões que se destinavam a captura dos terroristas que, mais tarde se soube, eram sete.

O cerco foi apertando e nada de encontrar os terroristas. Em 6 de maio, começou a retirada de todas as tropas federais e do Batalhão Tobias de Aguiar.

No dia 8 de maio, sete guerrilheiros chefiados por Carlos Lamarca, que estavam numa pick-up, ao pararem num posto de gasolina em Eldorado Paulista, foram abordados.

Os policiais que realizavam a abordagem foram alvejados por tiros que partiram dos que ocupavam o veículo e que, após o tiroteio, fugiram para Sete Barras.

Ciente do ocorrido, o Tenente Mendes organizou uma patrulha, que, em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras para Eldorado Paulista.

Por volta das 9 (nove) horas da noite, houve o encontro com os guerrilheiros que estavam armados com fuzis FAL, enquanto que os homens da polícia Militar portavam o fuzil Mauser modelo 1908.

Vários policiais foram feridos e o Tenente Mendes verificou que diversos de seus comandados estavam necessitando de urgentes socorros médicos. Um dos guerrilheiros gritou para que se entregassem.

Julgando-se cercado, o oficial aceitou render-se, desde que seus homens pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da patrulha permanecendo como reféns, o Tenente levou os feridos para Sete Barras.

De madrugada, a pé e sozinho, o Tenente Mendes buscou contato com os guerrilheiros, preocupado que estava com o restante de seus homens.

Encontrou Lamarca que decidiu seguir com seus companheiros e os prisioneiros para Sete Barras. Ao se aproximarem dessa localidade foram surpresos por um tiroteio.

Nesta ocasião dois guerrilheiros, Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega, desprenderam-se do grupo e os cinco restantes adentraram na mata, levando consigo o Tenente Mendes.

Depois de caminharem um dia e meio na mata, os guerrilheiros e o Tenente pararam para descansar.

Nesta ocasião Carlos Lamarca, Yoshitame Fugimore e Diógenes Sobrosa de Souza afastaram-se e formaram um tribunal revolucionário que resolveu assassinar friamente o Tenente Mendes.

O crime se deu pela necessidade de mandar uma mensagem às demais Forças Militares e ao Governo. Os outros dois, Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima, ficaram vigiando o prisioneiro.

Minutos depois, os três retornaram, e, acercando-se por trás do oficial, Yoshitame Fugimore desfechou-lhe golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil.

Diógenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça esmagada, o Tenente Mendes foi enterrado.

Em 8 de setembro, Ariston Lucena foi preso pelo DOI/CODI/IIEx e apontou, no local, onde o Tenente estava enterrado. Seu corpo foi exumado, em segredo, pelos agentes do DOI, pois os companheiros do Tenente queriam linchar Ariston.

Alberto Mendes Junior foi promovido por bravura, ao posto de 1.º Tenente PM a contar de 8 de maio de 1970. E, em razão do seu heroísmo, foi promovido “postmortem” ao posto de Capitão PM a contar de 10 de maio de 1970 (Diário Oficial n.º 170 de 11 de setembro de 1970).

Destino dos algozes:

Dos cinco guerrilheiros que participaram do assassinato do Tenente Mendes, sabe-se que:

  • Carlos Lamarca, morreu na tarde de 17 de setembro de 1971, no interior da Bahia, morto pelo DOI/CODI6.ª RM;
  • Yoshitame Fugimore, morreu em 5 de dezembro de 1970, em São Paulo, morto pelo DOI/CODI/IIEX;
  • Diógenes Sobrosa de Souza, preso em 12 de dezembro de 1970, no Rio Grande do Sul. Em novembro de 71, condenado a pena de morte (existia na época esta punição para aqueles considerados “terroristas”, que nunca usada formalmente). Em fins de 1979, com a anistia libertado;
  • Gilberto Faria Lima (codinome Zorro), guerrilheiro infiltrado trabalhando para a polícia, que provavelmente fugiu para o exterior ainda durante os “anos de chumbo”;
  • Ariston Lucena, após a anistia, foi liberto. Faleceu em 2013.

A Rota

Sufocado o foco de guerrilha rural no Vale do Ribeira com a participação ativado 1.º Batalhão Policial “TOBIAS DE AGUIAR”, os remanescentes e seguidores de 26 “Lamarca e Marighela” continuam a implantar o pânico.

Seguiam levando intranquilidade e a insegurança na Capital e Grande São Paulo com ataques a quartéis e a sentinelas, assassinatos de civis, militares e sequestros, implantado o terror através de uma guerrilha urbana.

Mais uma vez dentro da história, o Batalhão, sob o Comando do Ten. Cel. PM Salvador D’Aquino, é chamado a dar sequência a seu passado histórico, desta vez no combate à Guerrilha Urbana que ora atormentava o povo paulista.

Havia a necessidade da criação de um policiamento enérgico, reforçado, com mobilidade e eficácia de ação.

Assim, a 2.ª Cia de Segurança do 1.º Batalhão Policial, exclusivamente voltada para ação de choque, foi incumbida de iniciar a nova modalidade de Patrulhamento Ostensivo Motorizado na Capital de São Paulo.

Surge então o embrião da ROTA, a Ronda Bancária que tinha como missão reprimir e coibir os roubos a bancos e outras ações violentas praticadas por criminosos e por grupos terroristas.

A Ronda Bancária, como ficou conhecida popularmente o que seria mais tarde a ROTA, era composta por um pequeno efetivo de apenas cinco viaturas: duas veraneios, tipo C-14 e três camionetas tipo pick-up com bancos de madeira.

Embora seus equipamentos fossem singelos, os Policiais do Batalhão jamais esmoreciam em seus ideais e cultivavam a máxima de que “o bom desempenho profissional de cada homem, formando-se um todo, supre qualquer falta de equipamento”.

O efetivo apesar de insuficiente, alcançava pela sua capacidade operacional, grande eficiência, conquistando ampla credibilidade, sobretudo em face da ética, perseverança e energia positiva que emanava.

Eram homens usando fardas da corporação e capacetes com coifas camufladas, que lhes valeu a alcunha de “homens do capacete, cor de tigre”.

Tinham como armamento Fuzis Mauser 7 mm, Submetralhadoras Ina.45, e Revólveres 38. Ainda em 1970, o Batalhão recebe seis viaturas tipo Veraneio e assim toma corpo o novo policiamento.

Gradativamente são aumentados os recursos. Com doutrinas de respeito à população, energia, firmeza e arrojo no combate aos criminosos e aos terroristas, a nova modalidade passa a operar diuturnamente e em toda a Capital e Grande São Paulo.

Em 15 de outubro de 1970, este “embrião” denomina-se RONDAS OSTENSIVAS TOBIAS DE AGUIAR  ROTA.

Uma Central de Comunicações é instalada na sede do Batalhão “Tobias de Aguiar” com a finalidade de apoiar as viaturas em serviço.

As viaturas são equipadas com radiocomunicadores para conferir maior agilidade nas operações, podendo comunicar-se diretamente com o Centro de Operações da Polícia Militar, com a “Base Aguiar” ou com outra viatura no policiamento.

No dia 1.º de dezembro de 1970, data do aniversário de fundação do Batalhão “Tobias de Aguiar”, foi apresentado ao público uma inovação que viria caracterizar ainda mais os policiais da ROTA: a boina preta.

Assim surgiu a ROTA, uma modalidade de policiamento especializada, construída sobre sólida doutrina, com padrões de instrução e conduta peculiares, preparada para atuar sob as mais críticas condições.

Hoje, com viaturas, equipamentos e armamentos modernos, mas principalmente, com homens motivados e comprometidos, a ROTA está sempre pronta a se deslocar para qualquer ponto do Território Estadual, para preservar ou restabelecer a Ordem Pública e combater o crime organizado.

Podemos citar a ocasião em que no ano de 2006, uma facção criminosa atentou contra as forças de segurança, tentando implantar o terror e quebrar a ordem do estado democrático de direito. Nesta ocasião, todo o efetivo da ROTA trabalhou sem descanso, proporcionando o retorno da tranquilidade para a população paulista, após intenso combate.

Fonte de pesquisa: https://www.pontosbr.com/construcoes/policia-e-seguranca-publica/1-batalhao-de-policia-de-choque-tobias-de-aguiar-rota-sao-paulo-sp/

 

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Redação ADEASP

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